A População residente, resultante de uma mestiçagem entre colonos europeus e escravos africanos que se fundiram num só povo, o crioulo, representa, segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde, cerca de 475.000 habitantes em 2005 (460.000 em 2004) numa proporção de 48% homens/52% mulheres. Concentrando-se essencialmente nos meios urbanos (55% da população), Santiago é a ilha mais populosa, com mais de 50% dos habitantes, seguindo-se São Vicente (15%) e Santo Antão (11%). Instalados em 4.033 km2, o que resulta numa densidade populacional média de 115 Hab/Km2, é composta por três Grupos Étnicos, se assim se podem chamar, Mestiços (71%), Africanos (28%) e Europeus (1%).
Marcadamente jovem na sua Estrutura Etária, com 40% dos efectivos entre os 0-14 anos (estimativa 2005) e apenas 6% acima dos 65 anos, a média de idades da população caboverdeana ronda os 24 anos.
A Esperança Média de Vida, que em 1975 rondava os 63 anos, atinge, em 2003, os 71 anos (67 para homens; 75 para as mulheres). A Taxa de Mortalidade Infantil, que em 1975 rondava os 1100/00 nascimentos vivos, representava, em 2004, um valor de 200/00 (440/00 em 1990; 260/00 em 2000), valor inferior às taxas de outros países de categoria de rendimento semelhante.
A Taxa de Crescimento da População, dependente dos fluxos migratórios, situou-se, no decénio 1990-2000 (data do último censo populacional), em cerca de 2.4%, valor que se vem mantendo constante até 2005.
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Evolução da População |
Barlavento “ao vento” |
2000 |
2005 |
2010 |
- Sto. Antão |
47.124 |
52.821 |
55.680 |
- Boavista |
4.193 |
3.620 |
3.695 |
- S. Nicolau |
13.536 |
13.693 |
13.753 |
- S. Vicente |
67.844 |
86.658 |
102.226 |
- Sal |
14.792 |
13.925 |
16.678 |
- Sta. Luzia |
- |
- |
- |
Sotavento “contra o vento” |
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- Santiago |
236.352 |
277.567 |
324.692 |
- Fogo |
37.409 |
40.057 |
42.543 |
- Maio |
6.742 |
7.009 |
7.903 |
- Brava |
6.820 |
6.220 |
6.056 |
Ilhéus |
- |
- |
- |
Total |
434.812 |
487.877 |
573.225 |
Devido à escassez de recursos naturais e à pobreza económica da terra caboverdeana (solos pobres, seca...) desde cedo a Emigração se converteu na única saída para o povo destas ilhas, de tal forma que a população caboverdeana emigrada de 1ª geração deverá rondar os 500.000, número equivalente à população residente. Considerando os indivíduos nascidos nos destinos de emigração poderemos contar com um número próximo dos 800.000 indivíduos.
O fenómeno migratório caboverdeano envolve um número significativo de núcleos espalhados por 3 continentes: África, Europa e América do Norte. Se do ponto de vista absoluto o conjunto das populações de origem caboverdeana no exterior é relativamente reduzido, quando comparado com outras grandes diásporas mundiais, a sua dimensão relativa (superior à população residente no próprio país) e o seu grau de dispersão tornam-na um caso interessante.
Contudo, também no âmbito das estratégias de consolidação política e económica do império colonial português os caboverdeanos assumiram um papel relevante. Na Guiné foram utilizados como mão-de-obra criando condições para a posterior instalação de colonos. Em São Tomé e Príncipe (e Angola nos anos 40-50) constituíram parte significativa da mão-de-obra que desde o terceiro quartel do século XIX permitiu a instalação das plantações de café e sobretudo café. Finalmente o maior nível de escolarização dos caboverdeanos tornou-os uma componente fundamental dos funcionários que integravam o sistema de serviços públicos e administração colonial portuguesa nos actuais PALOP.
Se a emigração caboverdeana para os países de África assume um carácter forçado, já para os Estados Unidos, iniciada em finais do século XVII, relaciona-se com a passagem dos baleeiros americanos pelos portos do arquipélago fixando-se em actividades industriais e agrícolas, em cidades como New Bedford.
As restrições impostas à emigração para os EUA levaram à pesquisa de novos destinos com destaque para a Europa Ocidental onde os elevados níveis de crescimento do pós-guerra justificavam o recrutamento de mão-de-obra exterior. Portugal serviu de plataforma giratória para outros países como Holanda (Roterdão) e mais tarde França, Luxemburgo, Itália e Suíça. A Espanha tornou-se também, no início dos anos 70 um destino para os caboverdeanos ao fixarem-se na zona mineira de Léon, Madrid e Galiza.
Estima-se que entre 1963-1973 mais de 100.000 caboverdeanos tenham deixado o seu País.
Principais Destinos da Emigração
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EUA: 250.000 (Boston, New Bedford);
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Portugal: 100.000; Distrito de Lisboa (Lisboa, Amadora, Loures, Oeiras), Distrito de Setúbal (Setúbal, Sines e Santiago do Cacém), Porto e Faro;
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Angola: 35.000;
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Senegal: 22.500;
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Holanda: 13.000. |