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Cultura e Tradições
 
O carácter afável e hospitaleiro das suas gentes, a sua “morabeza”, os seus costumes, o clima moderado a tropical seco, as montanhas, imponentes, com os seus percursos de cortar a respiração, as extensas praias de areias douradas e águas cristalinas, o exotismo das suas expressões culturais fazem das Ilhas de Cabo Verde um destino turístico apetecível, acolhedor e pleno de contrastes. Na forma de estar e viver, muito próprias, nas festas tradicionais e na música, são evidentes as suas heranças europeias e africanas.

A actividade cultural ocupa um espaço muito importante, mormente no que à música e literatura diz respeito. Ambas, muita vezes de mãos dadas, tornaram-se um dos mais eficazes veículos de promoção turística.

Música

A música caboverdeana, com heranças europeias e africanas, brasileiras e caribenhas, é a expressão mais pura dos sentimentos de um povo que canta o amor, o sofrimento, a saudade com tanta alegria quanto melancolia. Como linguagem privilegiada, a música de Cabo Verde afirma-se como grande referência do país e as recentes distinções conferidas quer a Cesária Évora, Prémio World Music, quer a Suzana Lubrano, melhor artista africana 2003, vieram coroar a indiscutível qualidade dos “produtos” da cultura caboverdeana que com os seus acordes tradicionais vai cativando o mundo revestindo-se de enorme valor na divulgação e promoção do arquipélago no exterior.


A morna, nascida de um encontro entre o fado e os ritmos africanos é a expressão mais fiel da alma caboverdeana. Tradicionalmente tocada com instrumentos acústicos, como o violão, cavaquinho (pequena guitarra de 4 cordas) e violino, a morna canta o amor, o sofrimento e a nostalgia do povo de Cabo Verde; A coladera, com uma intensa fusão afro-brasileira, é mais alegre. O popular "funaná", ritmo tradicional da Ilha de Santiago, traz à tona toda a expressão de uma musicalidade saudável e quente, com ingredientes que o aproxima ao zouk das Antilhas; nas festas tradicionais de Santiago escutam-se o batuque (canto colectivo), o finaçon (improviso) e a "tabanka" com diálogos cantados, palmas e percussões africanas cujas origens remontam aos tempos da escravatura; a mazurca e a contradança, que se introduziram nas ilhas no século XVI, ainda são comuns em Santo Antão e São Nicolau.

Uma menção especial cabe à intérprete de mornas e coladeiras mais internacional do país, a sublime Cesária Évora. Com uma voz doce e timbrada, a rainha da música caboverdeana seduz o mundo com a música acústica tradicional de Cabo Verde.

A nova geração, seguindo o caminho aberto pela "diva dos pés descalços", marca já forte posição no mundo da música internacional: Lura, Suzana Lubrano, Mayra Andrade, Nancy Vieira, "Tcheka", Biús ocupam o lugar de artistas de outros tempos como Bana, Ildo Lobo, Titina, Dany Silva, Paulino Vieira, Tito Paris, Bau, Luís Morais, Chico Serra, Norberto Tavares, Tubarões, Bulimundo ou Finaçon. Outros artistas e agrupamentos, menos conhecidos mas exímios executantes da música crioula de qualidade, como Vasco Martins, Mendes Brothers, Simentera, Gil & The Perfects ou Ferro Gaita, levam ainda a música de Cabo Verde além fronteiras. Através de todos eles a música caboverdeana revela a sua universalidade e tipicalidade.

Instrumentos: Violino, Acordeão, Cavaquinho.

Artes Plásticas e Artesanato

imgTambém nas Artes Plásticas o talento dos artistas caboverdeanos se manifesta. O artesanato caboverdeano é jovem e imaginativo. Objectos decorativos como peças de cerâmica, batiks, tecidos tingidos artesanalmente, esculturas em casca de coco, pedra vulcânica, barro ou osso, bijuterias em conchas, bordados à mão e bonecas de trapos, interessantes tecelagens e tapeçarias, são artigos de artesanato que se podem adquirir nos hotéis, lojas e ateliers dos próprios artistas.

Esta vertente da cultura caboverdeana afirma-se através de nomes como Manuel Figueira (pintura), Isabel Figueira (pintura), Bela Duarte (pintura e batik), David Levy Lima (pintura), Kiki Lima (pintura), Leão Lopes (escultura e artesanato), Tchalê Figueira (pintura), Joana Pinto (pintura, tapeçarias e batik), Misá, entre outros, qualquer deles referência além-fronteiras.

É conveniente referir que os objectos em madeira, como estatuetas, máscaras e animais, que se encontram à venda nos principais centros turísticos, não representam artesanato caboverdeano tratando-se de objectos reproduzindo temas da cultura e fauna da costa africana continental.

A pesca da tartaruga é proibida pelo que se desaconselha a aquisição de artesanato baseado na sua carapaça.

Objectos tradicionais: Cinzeiros e Candeeiros em casca de coco; Figuras, Garrafas e Chávenas em barro; Jogos de Uril em madeira.

Gastronomia

imgColorida pelas influências africanas mas incorporando alguns hábitos da cozinha tradicional portuguesa a gastronomia caboverdeana é rica em cores e sabores. A base da alimentação tradicional são os alimentos produzidos localmente. Pratos de carne (porco, vaca, cabra e cabrito), simples ou guarnecidos com verduras, ou de peixe garantem uma variedade de sabores. O prato nacional de referência é a "catchupa", confeccionado com carnes várias (frango, vaca, porco e enchidos) acompanhado de milho “cochido”, feijão ou favas, batata e couve e enriquecido, por vezes, com ovos fritos ou peixe. Também o "modje Manel Antóne" (caldo de carne de cabra ou carneiro, com legumes variados) suscita as delícias dos apreciadores da cozinha africana.

Cabo Verde com o seu mar rico em espécies marinhas proporciona ainda agradáveis surpresas aos apreciadores de peixe e marisco. Nesta vertente o prato típico nacional é o caldo de peixe o qual também reforça a justificada fama da cozinha caboverdeana; o atum, peixe serra, espadarte, garoupa, a moreia, são algumas das variedades muito apreciadas; percebes, búzios, polvo e lagosta merecem destaque especial. É típico comer bafas de marisco, apresentadas como entradas ou simples aperitivos.

As sobremesas não devem passar despercebidas. De paladares diferenciados os doces de papaia, manga, coco, azedinha ou leite e os pudins de queijo, café ou leite são também referências importantes na cozinha caboverdeana. O queijo de leite de cabra, oriundo da Boavista, acompanhado de doce de papaia é uma das sobremesas mais apreciadas.

Entre as bebidas não se deve deixar de provar o vinho frutado do Fogo (branco e tinto), o manecon, produzido nas encostas do vulcão, e o café cru, um dos melhores do mundo. O famoso grogue, aguardente de cana-de-açúcar, bebida fortemente alcoólica e fabricada ainda por métodos artesanais na ilha de Santo Antão, encontra-se generalizado por todo o arquipélago podendo ser adquirido, como recordação turística, em atraentes embalagens. O pontche e os licores de frutos juntam o “grogue” aos sabores tropicais.

Para os menos ousados a cerveja, nacional e importada, os vinhos portugueses, o uísque e outros (importados) estão disponíveis.

Festividades

Geralmente em Fevereiro, o Carnaval é celebrado em todas as ilhas com especial evidência para os de Mindelo (São Vicente) e São Nicolau;

Em Abril, a festa da Bandeira de São Filipe (Fogo);

Em Maio o Festival da Gamboa pelas festas da Cidade da Praia (Santiago);

Em Junho, as festas tradicionais de São João e Santo António (Brava, Santo Antão, Fogo e São Nicolau). A tabanka precede o São João (Santiago e Maio);

Em Agosto, o Festival da Baía das Gatas (São Vicente), evento musical com projecção internacional;

Em Setembro, o Festival de Música de Santa Maria (Sal), incluído nas festas do Dia do Município (Nossa Senhora das Dores).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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