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Entrevista com o HOTEL PESTANA TRÓPICO (Dezembro 2005)
 


imgConstruído em 1996, é uma referência na Cidade da Praia. Adquirido em 2003 pelo Grupo Pestana, momento em passou a denominar-se
“HOTEL PESTANA TRÓPICO”, este hotel de turismo e negócios é dirigido por Jorge Xavier. A aposta, forte, em Cabo Verde, demonstra-se pelos investimentos de remodelação já efectuados e pela expansão que se prepara para 2006/2007. A vontade de crescer passa também pela aquisição ou construção de uma nova unidade numa outra ilha.

Cursado em Hotelaria na Escola de Hotelaria do Porto Jorge Xavier começou a trabalhar no Grupo Pestana em 1989 circulando por várias das suas unidades hoteleiras no Algarve. Esteve em Moçambique, no Hotel da Inhaca, regressando novamente ao Algarve. Em 2002 surge-lhe o convite para gerir a mais recente unidade do Grupo, o Hotel Pestana Trópico. Desde essa altura está em Cabo Verde em missão de consolidação do projecto que o trouxe a estas ilhas. O Portal Portugal Cabo Verde quis saber um pouco de toda esta história:

Após uma fase inicial de consolidação do Hotel Pestana Trópico o que se segue nos planos do grupo para Cabo Verde?
O Hotel abriu em 1996 pela mão de um empresário português, Custódio Ramos, que em conjunto com a empresa portuguesa de construção civil Engil levantaram este hotel. Desde logo constituiu-se como unidade de referência aqui na Cidade da Praia. A Cidade da Praia estava mal provida de unidades hoteleiras, tanto em quantidade como em qualidade, e este hotel foi um marco e desde sempre teve excelentes resultados. Daí o Grupo Pestana ter avançado para a sua aquisição. Agora, após uma pequena remodelação em 2005, pretendemos fazer a expansão do Hotel em 2006/2007.

Como tem decorrido a sua experiência em Cabo Verde?
Tem sido uma excelente experiência profissional mas acima de tudo uma experiência pessoal muito forte porque a gestão do Hotel é simultâneamente a gestão da empresa de Empreendimentos Turísticos detentora do hotel.

Pretende-se que o Turismo venha a ser a grande força motriz da economia caboverdeana. Como é que o Grupo Pestana se posiciona nesta perspectiva?
O Grupo Pestana tem muitas frentes de batalha. Cabo Verde é mais uma. Neste momento nota-se que Cabo Verde atravessa uma fase de grande dinamismo económico. Os anos de 2003 e 2004 foram anos de estagnação. Sentia-se que se estava no limiar de algo. Em 2005 nota-se de facto uma dinâmica agora reforçada com a abertura do Aeroporto Internacional da Praia, em Outubro. O grupo Pestana quando adquiriu o Hotel em 2003 aguardava para esse ano a abertura do Aeroporto o que não veio acontecer. Tínhamos previsto uma remodelação do hotel em 2003 e expansão em 2005 mas como o Aeroporto apenas entrou em funcionamento em 2005 a remodelação foi apenas feita em 2004/2005 e a expansão far-se-ia em 2006/2007 caso o movimento gerado pelo Aeroporto correspondesse às expectativas. O que se verifica nestes dois primeiros meses é que o movimento está a ultrapassar as expectativas. Esta época do ano, estamos em Dezembro, que se previa ser baixa, para um hotel de negócios, quando as empresas abrandam a sua actividade, ultrapassámos os melhores números de anos anteriores quando o Trópico era a única unidade de qualidade na cidade. Merece registo. Nesta época de Natal, já estamos com uma ocupação como nunca tivemos anteriormente. Em Espanha, por exemplo, Cabo Verde está na moda. Fala-se muito em Cabo Verde. Na generalidade, os hotéis em Cabo Verde estão todos com boas ocupações. Isso significa algo.

E isso leva-vos concerteza a apostar numa presença mais forte….
imgLeva-nos para já a uma segunda fase no nosso investimento. Vamos duplicar a nossa capacidade de 51 para 100 quartos, vamos ter uma sala de conferências para 250 pessoas. Gostávamos de ter adquirido o “Creoula”, um hotel italiano na Ilha do Sal, mas que acabou por ser vendido a italianos. Talvez avancemos para a aquisição ou construção de um hotel numa outra Ilha. Talvez no Sal, talvez na Boavista. Mas é um assunto que está ainda muito em embrião. Confesso que há algum tempo atrás não estava muito optimista em relação à economia caboverdeana mas neste momento já não tenho dúvidas. Um dos grandes problemas de Cabo Verde é o transporte mas quando abrirem os aeroportos internacionais em São Vicente e na Boavista e que comecem a aterrar voos internacionais, o Turismo irá conhecer um crescimento impressionante. Entretanto fala-se no início dos transportes rápidos via marítima por catamarãs, a nova transportadora aérea inter-ilhas “Halcyon Air” deverá começar a actividade em Janeiro, são alternativas que irão dinamizar o movimento das pessoas. Principalmente para os residentes.

É recente a criação da Sociedade de Desenvolvimento Turístico da Boavista e do Maio. Tem acompanhado o potencial que este facto representa?
Relativamente à Boavista ainda não se sabe bem o que se irá passar. Fala-se em 15.000 camas. Calculemos 7.000 quartos. Se forem hotéis médios, de 200 quartos, é dividir e ver quantos hotéis serão construídos. Vai ter um impacto arrasador. Vai alterar completamente a estrutura social duma ilha que tem apenas 4.000 habitantes. A Boavista como a conhecemos vai desaparecer. Havendo bom senso e algum rigor, a Boavista terá um futuro esplendoroso.
O Maio complementará, sem dúvida, Santiago. Santiago tem um interior lindíssimo. Passar o planalto a seguir à Assomada, ver aquelas paredes de rocha, deixa qualquer um fascinado. Mas esta ilha tem o problema de não ter praias. Tem o Tarrafal que é uma praia bonita mas distante e insuficiente em termos de oferta turística. O Maio, havendo transportes marítimos inter-ilhas, está a 1 hora de barco. Tem belíssimas praias. É uma mini-Boavista. A ilha do maio será o complemento ideal da Ilha de Santiago.

Falando um pouco das características do hotel….
O hotel tem 51 quartos. Desses 44 são quartos standard, 3 executivos e 4 suites, que são quartos muito grandes. Temos um ginásio, um belíssimo restaurante, talvez o melhor da cidade, tanto em termos de confecção como em termos de serviço, temos um bar interessante, temos pagamentos por cartão de crédito, 2 salas de conferências, uma de 110 outra para 60 pessoas, temos internet sem fios, brevemente será aumentada a potência do sinal e será possível trabalhar em qualquer ponto do hotel. Temos uma piscina de água salgada, com uma parte para as crianças. O Hotel foi construído para ser o mais autónomo e independente possível. Estamos equipados com um gerador de 200 Kva e um depósito de água de grande capacidade. Todos os quartos têm termo-acumulador para água quente instantânea.

O que lhe parece que será o futuro do País neste sector?
Não sendo esta uma ilha propriamente turística veja-se o impacto que a abertura do Aeroporto está a causar. Costumo dizer que não existe um Cabo Verde; existem 9 "Cabo Verdes". Quem vier a este País não pode ficar por uma ilha. Todas elas são diferentes. Há muitos projectos que estavam suspensos pelo Aeroporto da Praia. O mesmo acontece com outras ilhas que irão ter novos aeroportos. As perspectivas são boas. O futuro do Turismo em Cabo Verde é sem dúvida risonho. A Boavista, quando começarem a aterrar os voos internacionais, será uma revolução. Terá um impacto tremendo. O grande desafio será não deixar que se cometam os mesmos erros. Mesmo São Vicente, que está na fase em que encontrei a Praia quando aqui cheguei há 3 anos, quando o aeroporto abrir será uma diferença abismal. Mas vai ser necessário reforçar a rede hospitalar, a rede viária e aí caberá ao Governo caboverdeano estar atento.

E tê-lo-emos por cá durante muito tempo?
A minha comissão de serviço terminou em Abril. Sei que ficarei mais um ano. Estou 100% disponível para a minha empresa. Nesta profissão somos como treinadores de futebol, nunca sabemos onde estaremos daqui a um ano. Mas sabendo que poderemos fazer a expansão em 2006/2007 talvez seja difícil sair enquanto decorrer essa fase.

Mas Jorge Xavier confessa que se sente muito bem em Cabo Verde……

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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