Enquadramento
A política energética nacional deverá ser encarada numa perspectiva articulada entre a área dos combustíveis, electricidade, água dessalinizada, energias renováveis, lenha e outras biomassas, tendo sempre em vista o aumento da produção de energia que facilite o desenvolvimento económico, harmonioso e global, e a melhoria da qualidade de vida.
Para resolver, na sua globalidade, o problema actual dos recursos hídricos, serão esforços em vão atacar cada causa isoladamente sendo tantas, tão fortes e complexas as interacções entre as mesmas. A solução deve necessariamente ser encontrada no quadro de uma gestão integrada dos recursos hídricos, isto é, através de um processo que favoreça o desenvolvimento e a gestão coordenados da água, das terras e dos recursos conexos, com vista a maximizar, de forma equitativa, o bem-estar económico e social resultante, sem comprometer a perenidade dos ecossistemas vitais. Nesta perspectiva, o enquadramento estratégico se fixa nos pontos a seguir descritos como prioritários:
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Atingir uma produção sustentada de água para melhorar a qualidade de vida e facilitar o desenvolvimento económico;
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Melhorar as condições de vida através do acesso à água potável e aos serviços de saneamento;
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Reduzir a pobreza no meio rural através da introdução de sistemas de irrigação eficazes e duráveis;
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Assegurar de forma durável que a população, no seu todo, tenha acesso aos serviços mínimos de abastecimento de água potável e de saneamento.
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Abastecer o meio rural de água potável;
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Aumentar o abastecimento e a distribuição de água potável aos centros principais e secundários;
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Aumentar as taxas de cobertura de abastecimento de água e de recolha e tratamento de águas residuais para reutilização;
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Abastecer em água potável e recolher e tratar as águas residuais das cidades da Praia, e do Mindelo e os centros secundários;
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Aumentar as disponibilidades em água para a agricultura através da valorização dos recursos subterrâneos e superficiais;
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Vulgarizar a energia solar fotovoltaica e a eólica para fornecimento de energia aos sistemas de abastecimento de água;
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Melhorar o conhecimento sobre as potencialidades hídricas do país.
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Melhor cobertura dos serviços mínimos de água potável e de saneamento para a população;
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Aumento do abastecimento de água dessalinizada;
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Aumento da produção agrícola irrigada através da utilização de tecnologias modernas;
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Melhores condições para o desenvolvimento do turismo e de outras indústrias;
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Melhor ambiente decorrente de uma melhor gestão dos recursos hídricos.
A política praticada relativamente ao sector de água potável, a nível dos principais centros urbanos existentes em Cabo Verde, tem sido a extensão da rede pública de distribuição e garantia de maior acesso por parte das populações. Neste âmbito merece destaque a implementação dos projectos de forma faseada, nos quais se tem dado prioridade aos bairros mais carenciados por forma a permitir o acesso facilitado e generalizado à água potável por parte da maioria da população, a médio/longo prazo.
Assim, a tendência futura será o encerramento de grande parte dos fontanários existentes nos principais centros urbanos e a ligação de algumas destas infra-estruturas à rede pública de distribuição, facto que contribuirá para a alteração significativa da situação actual, com aumento do número de habitações ligadas à rede pública em detrimento dos fontanários e camiões cisterna.
Quadro Jurídico e Institucional
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Clarificação das competências atribuídas aos diversos organismos envolvidos na problemática do saneamento básico;
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Consolidação do processo de reforma do sector;
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Elaboração de estudos geológicos e de ordenamento e aproveitamento dos recursos naturais a nível das bacias hidrográficas. Criação de um banco de dados;
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Desenvolvimento de planos de infra-estruturas de distribuição de água e de recolha de águas residuais;
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Urgente definição e implementação de uma Política Nacional de Saneamento;
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Implementação de um Sistema Nacional de Informação sobre a Água;
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Urgente aprovação de um quadro legal e normativo que incentive a ligação das habitações às redes de esgotos entretanto construídas;
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Planificação e racionalização da utilização de água na agricultura irrigada;
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Definição de normas sobre a economia de água para utilização doméstica, industrial e hidroagrícola. Sensibilização dos actores.
Quadro operacional
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Prestar especial atenção à localização estratégica das infra-estruturas de produção e tratamento de águas;
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Aumentar e modernizar as unidades de dessalinização onde seja manifestamente inevitável
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Criação sistemas de gestão que permitam o financiamento durável de níveis de serviços mínimos de abastecimento de água potável e de saneamento;
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Continuação e conclusão dos programas e projectos em curso de abastecimento de água e de recolha e tratamento de águas residuais na cidade da Praia;
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Aproveitamento e valorização das águas superficiais. Correcção torrencial;
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Incremento dos projectos de recolha e tratamento de águas residuais nos principais centros rurais;
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Procura de financiamento para apoiar a ligação das habitações às redes de água e de esgotos;
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Zelar pela execução do novo projecto de distribuição de água e de saneamento do Mindelo (3ª fase);
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Identificação e desenvolver novos projectos que priorizem a recolha e o tratamento das águas residuais e do lixo;
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Realização de estudos de ordenamento e aproveitamento de bacias hidrográficas.
Agência de execução: Instituto de Gestão dos Recursos Hídricos.
Aumentar a capacidade de abastecimento de água dessalinizada
Resultados
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A eficácia e capacidade de abastecimento melhorou;
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A capacidade geradora aumentou;
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Novas comunidades têm acesso à água dessalinizada.
Impactos
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