Segundo estimativas do Banco de Cabo Verde a economia caboverdeana cresceu, em 2005, na ordem dos 6.8% elevando o seu PIB para cerca de 820 milhões de Euros. Este valor resulta de uma boa dinâmica do consumo e investimento público e privado, este nomeadamente estrangeiro, que atingiram respectivamente 12.1% e 6.9% do PIB estimado.

A inflação, terminando um ciclo deflaccionista que vinha desde 2002-2004, atingiu os 1,7%. Comportamento igualmente favorável ocorreu nas Remessas de Emigrantes que rondaram os 100 milhões de Euros (11 milhões de contos caboverdeanos; 13% do PIB; +30% face a 2004) contribuindo para atenuar o défice corrente e aliviar substancialmente as necessidade de financiamento do país.
Neste capítulo os emigrantes caboverdeanos em Portugal, os que mais contribuem, asseguraram 28% do total das Remessas (3% do PIB) enviando 27,95 milhões de euros (+26,8% face a 2004).

No Comércio Externo, apesar do aumento das exportações em consequência do bom andamento das exportações de bens (+17.5%; Produtos do Mar +450%) e serviços (+55%; essencialmente Transportes Aéreos e Viagens de Turismo), verificou-se uma quebra nas exportações de Confecções (-20%) e Calçado (-40%).  A evolução da Balança de Transacções Comerciais não foi positiva dado o impacto causado pelo aumento das importações  para 38.9 milhões de contos caboverdeanos (353 milhões de euros; 349 milhões de Euros em 2004), 1% acima do ano anterior. Este aumento deve-se essencialmente à subida dos gastos na aquisição de combustíveis (+16%) e bens de capital. Sabendo-se que a produção caboverdeana, essencialmente Calçado, Confecções e Produtos do Mar, sofre de baixo valor acrescentado compreende-se o fraco nível de cobertura das importações pela produção exportada. No entanto assinale-se que as reservas internacionais cobrem hoje mais de 3 meses de importações.

Apesar do aumento das receitas, na ordem dos 190 milhões de Euros (21 milhões de contos caboverdeanos), a política mais expansionista adoptada pelo Governo resultou num défice de 3.1% explicado pela aposta na infraestruração do País e no correspondente aumento do serviço da dívida (+19%) pelos compromissos financeiros assumidos.

Para aceder a dados económicos de Cabo Verde clique em Banco de Cabo Verde ou Instituto Nacional de Estatística

Objectivos para os próximos 5 anos

O novo Governo de Cabo Verde elege como principais prioridades macroeconómicas para a legislatura (2006-2010) aumentar o ritmo de crescimento da economia para os dois dígitos desejando, já para 2006, atingir os 8% mantendo um défice público global compatível com a estabilidade da paridade fixa da moeda (CVE vs Euro), não ultrapassar um défice público global de 3.5%, manter a dívida pública total inferior a 80% do PIB, elevar as reservas internacionais até próximo dos 4 meses de importações e uma taxa de inflação inferior a 2%.

Ao nível social o corte significativo na taxa desemprego, hoje com uma taxa que ronda os 24.5% (40.000 desempregados), é uma necessidade inadiável; a melhoria dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e a redução da pobreza são objectivos definidos. O Programa traça ainda metas ambiciosas ao nível do abastecimento de água e energia, com forte aposta nas energias renováveis (até 2010 25% da energia produzida deverá provir de parques eólicos) e duplicação de produção de água dessalinizada na Cidade da Praia (Santiago), e ilhas da Boavista, Sal e Maio.