Uma nova companhia aérea de transporte doméstico de passageiros, a Halcyon Air -nome de uma conhecida ave das ilhas de Santiago e do Fogo, a "passarinha"-, foi criada recentemente em Cabo Verde e deverá começar a operar no último trimestre de 2005. Esta iniciativa pertence a algumas empresas portuguesas como a transportadora aérea Air Luxor, através da sua subsidiária Air Luxor Cabo Verde, e Soltrópico e a diversos interesses privados caboverdeanos, principalmente ligados ao sector do Turismo. O seu capital de 50.000 contos caboverdeanos (453.453 euros) foi subscrito pelas seguintes entidades:
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Morabitur (20%);
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Air Luxor Cabo Verde (15%);
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SAMEG-Serviços de Assistência Médica Geral (13%);
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GDP-Gestão e Desenvolvimento de Planos (10%);
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Soltrópico (10%);
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Seabra Baptista, Imobiliária (10%);
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Sicave-Sociedade de Investimento e Consultoria de Cabo Verde (5%);
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Clamtur (5%);
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Agitur (4%);
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Ecotur (3%);
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Sanitur (2%);
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Turambi (2%);
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Marilu (1%).
A nova companhia antecipa a entrada em funcionamento do aeroporto internacional da Praia, a ampliação para categoria internacional dos aeroportos de S. Vicente e Boavista e a consequente expansão do movimento de passageiros com a entrada de novas ilhas no circuito turístico. Já no decorrer de 2005 mais de duas mil novas camas entrarão no circuito da operação turística em Cabo Verde, gerando a necessidade, por semana, de mais 10 voos internacionais, com aeronaves de médio porte, e para cima de 30 voos inter-ilhas, com aviões de meia centena de lugares. Esta leitura é também efectuada pelo ministro caboverdeano das Infraestruturas e Transportes, Manuel Inocêncio Sousa, que justifica a necessidade de um novo operador com o expectável "crescimento exponencial do turismo em Cabo Verde nos próximos anos pela entrada de todas as ilhas no circuito turístico". A empresa prevê ainda ligações regionais com países da África Ocidental.
Em Cabo Verde, o avião constitui o principal meio de transporte entre as ilhas e nos períodos de aumento de fluxo (férias de Verão e Ano Novo), a incapacidade dos TACV e da Cabo Verde Express, esta pouco activa, de dar vazão ao transporte de passageiros é notória. O mercado aéreo interno do arquipélago não é nada desprezível, tendo a TACV transportado em 2004 342.215 passageiros nos voos domésticos.
Com a perspectiva de abertura do novo Aeroporto Internacional da Praia, prevista para o mês de Agosto de 2005, perspectivam-se alterações de vulto no panorama dos transportes aéreos de Portugal para Cabo Verde, e mesmo inter-ilhas. A Air Luxor não esconde a forte aposta que fará a partir de Outubro, com 2 voos regulares por semana para a Praia a par da manutenção dos outros 2 voos "charter" para o Sal. A TAP, que voa para o Sal, mantém-se na expectativa preferindo ser cautelosa na análise da rentabilidade dos voos para a Praia.
(Consulte canal "Cabo Verde/Sectores da Economia/Transportes")
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