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Sector do Turismo em Cabo Verde, breve panorâmica - 04-04-2006


Quando nos anos 90 as empresas portuguesas OÁSIS ATLÂNTICO (Hotelaria) e SACRAMENTO CAMPOS (Imobiliário) entraram no mercado caboverdeano pensava-se que estaria dado o mote para uma longa descoberta, pelos portugueses, do potencial turístico do arquipélago de Cabo Verde. A primeira adquiria então, numa operação de privatização, um conjunto de 4 hotéis pertença do Estado caboverdeano, o Belorizonte e Novorizonte (Santa Maria-Sal), Praia-Mar (Praia-Santiago), Porto Grande (Mindelo-São Vicente) e Xaguate, entretanto alienado (Fogo); a segunda infraestruturava uma vasta área de 600 hectares, perto da Cidade da Praia, a que chamou Santiago Golf Resort (Quinta da Achada), a meio caminho para a histórica Cidade Velha.

N
o entanto, as perspectivas que então se adivinhavam, alicerçadas na proximidade geográfica e afinidades culturais, esfumaram-se rapidamente com a onda de investimentos italianos que abordaram a Ilha do Sal, construindo diversas unidades hoteleiras de média dimensão e adquirindo e restaurando habitações para posterior venda ou aluguer.

imgAté 2003, quando o Grupo Pestana adquiriu o HOTEL TRÓPICO na Cidade da Praia (Santiago), já de si um investimento português numa parceria entre a Engil e um investidor privado português, os investimentos lusos não deram mostras de entenderem o que se passava por aquelas paragens. Entretanto, nos últimos 2 anos, investidores de outras origens, nomeadamente espanhóis, britânicos, irlandeses e alemães vêm fazendo aquisições massivas e parcerias com empresas locais para o desenvolvimento de vários empreendimentos em diversas ilhas ameaçando não deixar qualquer espaço para os investidores portugueses.

No Sal, a multinacional cadeia espanhola de hotéis RIU, com sede em Mallorca, inaugurou em Novembro de 2005 os 500 quartos que a sua primeira unidade caboverdeana, o RIU Funaná, possui. Mais 500 estarão disponíveis a partir de Novembro de 2006 na extensão desta mas de nome RIU Garopa. O investimento na ordem dos 54.5 milhões de euros (6 milhões de contos caboverdeanos), construído pela CVC-Construções de Cabo Verde (subsidiária da portuguesa SOMAGUE), deverá estar totalmente entregue em Novembro próximo. É o primeiro empreendimento desta cadeia na África Ocidental. Ainda nesta ilha a empresa imobiliária caboverdeana TECNICIL-Sociedade de Imobiliária e Construções, SA lançou já as bases do "Vila Verde Resort", um conjunto de edifícios turísticos cujo investimento total a 4 anos deverá ultrapassar os 130 milhões de euros. Ingleses e irlandeses, após anos de intensa promoção comercial nos mercados internacionais realizado pela Santiago Golf Resort e outras entidades caboverdeanas e lusas, entre elas a própria Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde -através dos seus Seminários a que assistiram jornalistas ingleses do Herald Tribune-, realizaram parcerias com empresas locais para construção de diversos emprendimentos turísticos nesta ilha com as características adequadas aos seus mercados.

imgNa Boavista e no Maio (Clique em Sociedade de Desenvolvimento Turístico da Boavista e do Maio para aceder ao tema), ilhas que sugerem um futuro brilhante para o Turismo caboverdeano -só na Boavista perspectivam-se investimentos de 1 bilião de euros nos próximos 15 anos-, encontram-se já posicionados investidores italianos e alemães. Aos primeiros pertence o Boa Vista Resort Hotel, situado numa das melhores e maiores praias da ilha, num investimento de 25 milhões de euros para 850 camas (500 já em funcionamento e 350 a partir de Julho de 2006) e ocupando uma área total de 18 hectares. Mas já anteriormente outros pequenos hotéis e empresas imobiliárias e serviços de lazer turístico eram de sua pertença.

Com a abertura para breve do Aeroporto Internacional da Boavista, construído pela portuguesa MONIZ DA MAIA, SERRA E FORTUNATO (MSF), boa parte dos melhores terrenos de utilização turística encontram-se já vendidos. O mesmo se passará na Ilha do Maio, embora ainda em menor escala, dado o atraso na perspectiva de desenvolvimento para esta ilha sobranceira à Ilha de Santiago.

Também as ilhas de Santiago e São Vicente têm merecido a melhor atenção dos investidores estrangeiros. Em Santiago são quase exclusivamente os investidores britânicos (ingleses e irlandeses) a marcar a sua presença ao esgotarem rapidamente mais de metade dos 190 lotes infraestruturados na 1ª fase pela Santiago Golf Resort no seu projecto da Quinta da Achada. Esta afluência permitiu à empresa Sacramento Campos, de origem portuguesa, um encaixe de 15 milhões de euros. Ao mesmo tempo constroem o Sambala Village, empreendimento de grandes dimensões, junto à praia de São Francisco, aproveitando o futuro acesso, rápido e fácil, que a radial da Cidade da Praia lhes trará desde o Aeroporto Internacional da Praia. Entretanto foi já anunciada pela Espírito Santo Turismo, com concretização prevista para 2008, a construção de uma unidade hoteleira de cinco estrelas e 150 quartos na Cidade da Praia.

São Vicente, possuidora de uma menor extensão de zonas de potencial para construção de unidades turísticas de cariz balnear, tem sido visitada por investidores internacionais que procuram os melhores recantos para a implantação de condomínios de luxo que permitam ao mesmo tempo disfrutar dos prazeres do mar e a proximidade de uma cidade fervilhante de cultura e diversão, o Mindelo. O "Cesária Jewel of Atlantic Resort" com origem no Dubai, será iniciado em 2007.

Noutras áreas do sector turístico destaca-se a recente Convenção de Estabelecimento assinada entre o Estado caboverdeano e o empresário chinês, e cônsul honorário de Cabo Verde em Macau, David Chow, que lhe possibilitará a construção dum pequeno hotel de luxo-casino no ilhéu de Santa Maria, na baía da Cidade da Praia. Esta iniciativa deverá ser acompanhada, numa segunda fase, de um grande hotel na Gamboa e outros empreendimentos que justificam o anunciado investimento total de 100 milhões de dólares nos próximos dois anos que poderão estender-se até aos 300 milhões em 10 anos.

Perante um quadro desta natureza, e não exaustivo, pergunta-se….

Porque esperam os investidores portugueses????

João Manuel Chantre
Vice-Presidente Executivo
Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

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